Projeto científico pretende viabilizar próteses tecnológicas para pessoas amputadas

Projeto de ciência: projeto social

Publicado em 12/03/2024 16h06 | Atualizada em 15/03/2024 08h55

CMRJ

Rio de Janeiro (RJ) – Diretamente do Clube de Ciência e Tecnologia do Colégio Militar do Rio de Janeiro, o projeto de ciência do Aluno Talles de Jesus Monteiro pretende viabilizar o uso de próteses com ampla capacidade de movimentos para pessoas amputadas. As pesquisas se iniciaram em 2022. Agora, ele apresentará o trabalho Aquisição de sinais eletromiográficos de baixo custo por meio de amplificadores operacionais na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da USP, a Febrace, que acontece de 18 a 22 de março.

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O Aluno Thalles conta como surgiu a ideia do projeto. “A minha motivação surgiu de uma experiência que meu pai teve. Ele estava indo fazer compras no mercado e se deparou com uma criança que tinha uma amputação em um dos braços, vendendo balas para sustentar a família. Ele chegou em casa e minha mãe falou que ele estava super emocionado, chegou a chorar. E aquilo ficou na minha cabeça. Aí comecei a programar, pesquisar e me interessar pela questão das próteses”, relembra o estudante do 3° ano do Ensino Médio.

“Atualmente, já são disponibilizas próteses para a população. Entretanto, as próteses fornecidas pelo Sistema de Saúde são limitadas. São denominadas próteses mecânicas. Próteses ainda mais limitadas são as estáticas ou estéticas, usadas apenas para substituir a aparência de mão, atuando apenas na questão psíquica, da autoimagem, ajudando a pessoa a se sentir completa”, explica Talles.

Ele ressalta que o diferencial de seu projeto é oferecer um produto mais completo, uma prótese leve e bem mais acessível do que as que são vendidas atualmente. “O meu projeto se difere justamente porque existem essas próteses limitadas, mas também existem as próteses altamente tecnológicas, que possibilitam uma gama de movimentos, porém a um custo muito alto para a grande massa da população. Então, a ideia é produzir essas próteses a preços acessíveis e provar que é possível democratizar o acesso a próteses tecnológicas”, acrescenta.

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Atualmente, as próteses modernas, com capacidade de muitos movimentos, custam mais de R$ 30 mil. O aluno revela que sonha poder oferecer um produto com as mesmas competências a um custo em torno de R$ 300.

Ainda em fase de experimentação, o protótipo precisa passar pelas fases de testes com pessoas amputadas, e, posteriormente, ser acoplado a uma prótese. 

“A ideia seria utilizar como base esse protótipo, desenvolver o melhor circuito e utilizar diversos deles conectados. Para a construção da prótese, seriam utilizados, a princípio, filamentos de garrafas PET na impressora 3D, para continuar barateando o custo”, detalha.

Mais do que elaborar um projeto científico, Talles quer realizar o sonho de tornar a vida das pessoas com deficiência um pouco mais fácil e produtiva.

“Beneficiaria muito o público infantil, justamente por essa vertente de utilizar os filamentos da garrafa PET. Porque, com esses filamentos, eu consigo fornecer às crianças o que os outros sistemas não fornecem. As próteses mecânicas, por exemplo, precisam ser medidas no corpo e todo esse processo de medição, correção, até o ato da entrega leva um bom tempo. Com a demora, a criança cresce e acaba ficando sem a prótese na idade infantil”, explica.

A professora Ana Lúcia, orientadora do projeto, conta que a experiência tem sido um grande aprendizado. “É um projeto que demanda muitos esforços. A gente vem se debruçando sobre várias pesquisas e o que posso dizer é que o Talles é um aluno muito dedicado. Eu tenho aprendido muito com ele”, declara a orientadora Ana Lúcia.

Com resultados positivos e com a comprovação da hipótese levantada no laboratório do Colégio Militar, os protótipos analisados poderão se tornar uma grande possibilidade para pessoas amputadas retomarem os movimentos em um futuro próximo. 

 

Fonte: Colégio Militar do Rio de Janeiro

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