Professora do Exército atua na proteção das mulheres junto à ONU

Mulheres no Exército

Publicado em 09/11/2023 10h56 | Atualizada em 29/11/2023 11h05

São Paulo (SP) – Professora por formação e vocação, a missão da Tenente-Coronel Ivana Mara Ferreira Costa, de 55 anos, extrapolou as salas de aula e rompeu fronteiras. Os alunos e os livros de inglês, disciplina com a qual trabalhou durante sua carreira de quase três décadas no Exército Brasileiro, deram lugar à tarefa de zelar pelo compromisso da Organização das Nações Unidas (ONU) no combate à exploração e ao abuso sexual de mulheres.

Atualmente a militar brasileira, natural do Piauí e integrante de uma das primeiras turmas do segmento feminino na Força Terrestre, serve no Quartel-General da ONU, em Nova York (EUA). A última unidade em que ela trabalhou no Brasil foi o Colégio Militar de São Paulo (CMSP) - até abril de 2023. Antes, serviu em Brasília (DF) e em Salvador (BA).

Já sua missão mais recente na ONU foi uma visita técnica à República Democrática do Congo. Antes, a oficial esteve duas vezes no Haiti e também em outras regiões em que foram deflagradas Missões de Paz com a participação das Forças Armadas brasileiras.

“Meu trabalho hoje na ONU, resumidamente, é assessorar o coordenador especial das Nações Unidas para a resposta da ONU contra o abuso, a exploração sexual e o assédio de mulheres. A atuação é nas esferas militar, civil e policial. Coordeno a frente de Prevenção contra a exploração e o abuso sexual”, afirmou a Tenente-Coronel do Quadro Complementar de Oficiais (QCO) do Exército.

Carreira

A militar é Mestre em Linguística Aplicada e tem formação em Assessoria de Gênero e Proteção de Civis. O currículo, somado à experiência de 12 anos na Divisão de Missão de Paz do Comando de Operações Terrestres (COTER), garantiu a conquista da vaga disputada com militares do Brasil e de outros países em um rigoroso processo seletivo da ONU.

No Exército Brasileiro, a militar reconhece uma trajetória marcada por oportunidades de crescimento profissional. “Sobretudo para nós, mulheres, estar no Exército é uma vivência marcada por muitos desafios, mas por muita superação também. Eu enxergo uma instituição com valores muito sólidos”, definiu.

Uma das últimas missões que ela cumpriu no Brasil foi em 2022, nos contingentes da Operação Acolhida, uma iniciativa de resposta humanitária para o atendimento de migrantes venezuelanos no norte do país.

Agora, em seu posto na ONU, a Tenente-Coronel Ivana Mara convive há seis meses com a saudade do marido e das duas filhas, que permaneceram no Brasil.

Proteção às mulheres

A oficial brasileira desempenha uma função estratégica junto à ONU. Ela visita com frequência regiões em que são mapeadas vulnerabilidades ligadas à violência de gênero.

“Trabalho diretamente na revisão de políticas dentro da própria ONU, participo de reuniões e assessoro o chefe de escritório, apresentando propostas de políticas de resposta contra abuso e a exploração sexual de mulheres”, explicou.

Fonte: Colégio Militar de São Paulo

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