Rio de Janeiro (RJ) – No dia  17 de junho, as Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea), por meio do Comando Operacional Conjunto Redentor (Cmdo Op Cj Redentor), realizaram, no Forte de Copacabana, um exercício simulado de resposta a ameaças químicas. A atividade, aberta à imprensa, envolveu a identificação de agentes contaminantes e o atendimento a autoridades e civis, como parte da preparação para a Cúpula de Líderes do BRICS 2025, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.

Um dos momentos centrais do exercício foi a simulação de um ataque químico contra o comboio de uma autoridade. A operação incluiu o reconhecimento e a identificação da ameaça, o isolamento da área contaminada, a evacuação de vítimas e a posterior descontaminação de pessoal e material. Também foram apresentados os equipamentos que serão utilizados durante o evento.
 

As ações de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN) das Forças Armadas têm papel estratégico na segurança de grandes eventos. Já foram empregadas em ocasiões internacionais de grande porte, como os Jogos Pan-Americanos (2007), a Jornada Mundial da Juventude (2013), a Copa do Mundo (2014), os Jogos Olímpicos Rio 2016 e, mais recentemente, na Cúpula do G20. Os militares especializados nessa área recebem formação de alto nível, no Brasil e no exterior, e operam com equipamentos modernos e padronizados segundo os principais protocolos internacionais.
 

Durante a Cúpula do BRICS 2025, as Forças Armadas atuarão em diversas frentes, incluindo a defesa química, biológica, radiológica e nuclear (DQBRN); a escolta de autoridades e comitivas; a segurança de perímetros e locais de hospedagem; a proteção de infraestruturas críticas; o patrulhamento aéreo; ações de contraterrorismo; guerra eletrônica; defesa cibernética; defesa antiaérea e o combate a drones. Também serão empregados meios especializados e helicópteros, reforçando a segurança e a prontidão operacional ao longo de todo o evento.

1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN)

O elemento formador do 1º Btl DQBRN é a Companhia Escola de Guerra Química (Cia Es G Q), criada em 1953 e subordinada ao Grupamento de Unidades Escola (GUEs), no Rio de Janeiro – RJ.

Em 1987, suas tarefas de proteção, detecção e descontaminação foram empregadas pela primeira vez em situação real: a resposta ao Acidente Radiológico com o Césio-137, em Goiânia (GO).
 

Ainda naquele mesmo ano, diante da percepção de que as ameaças de origem QBRN estavam mais próximas do que se imaginava, o Exército Brasileiro transformou a Cia Es G Q em Companhia de Defesa Química, Biológica e Nuclear, ampliando suas capacidades e seu espectro de atuação.

A partir do início dos anos 2000, o apoio da Cia Def QBN à Força Terrestre foi expandido. A unidade atuou na descontaminação de materiais das tropas egressas das missões de paz da ONU no Timor Leste e no Haiti, bem como em ações de reconhecimento e vigilância QBRN em grandes eventos realizados no Brasil.

Para adequar as capacidades de DQBRN às mudanças no cenário global, regional e nacional – em consonância com o Processo de Transformação do Exército – , em 2012, a Cia Def QBN foi transformada no 1º Btl DQBRN, passando à subordinação da 1ª Divisão de Exército e, em 2020, ao Comando Militar do Leste.

Por mais de dois anos, o Batalhão participou do enfrentamento a um de nossos maiores desafios contemporâneos: a pandemia de Covid-19. Executando diuturnamente ações de descontaminação de estruturas estratégicas, de capacitação e de profilaxia em diversos locais do território nacional, a fim de contribuir para a retomada das condições de normalidade dos serviços essenciais em benefício da sociedade brasileira.

Com esse histórico, ao longo de seus 70 anos de existência, o 1º Btl DQBRN consolidou-se como uma capacidade operativa diferenciada no Exército Brasileiro, repleta de história, tradição e experiências em situações reais — um vetor de projeção da imagem da Força em nível nacional e internacional.

DQBRN! Reconhecer! Identificar! Descontaminar!

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