Dia do Soldado exalta trabalho de militares em resgates no Rio Grande do Sul

Reconhecimento

Publicado em 26/08/2024 15h48 | Atualizada em 30/08/2024 10h34

Sd Lucas Almeida

Porto Alegre (RS) – A tradicional solenidade do Dia do Soldado ganhou um novo significado em Porto Alegre. Poucos meses após o início dos trabalhos do Exército Brasileiro na Operação Taquari 2, voltada ao apoio à população vitimada pelas enchentes do Rio Grande do Sul, uma celebração no 3° Regimento de Cavalaria de Guarda – que foi a base da Operação – homenageou os militares que se empenharam nas missões. Em meio à tradição das demonstrações e desfiles, depoimentos ressaltaram a importância dos trabalhos que o Exército realizou.

O Sargento Engroff foi um dos que trabalharam na Operação. Empenhado nos resgates e na entrega de mantimentos, o militar ressaltou as dificuldades de lidar com o drama da população. “Foi uma experiência difícil. Lugares onde nascemos e fomos criados… todos embaixo d’água. Pessoas e familiares atingidos, as pessoas desoladas, com medo. A gente tinha que saber lidar com calma e seriedade, da melhor forma possível”. Ainda de acordo com ele, a cerimônia do Dia do Soldado ganhou um sentido especial. “Fui recruta, de recruta fui a sargento, e me sinto muito homenageado. Espero que os cabos e soldados se sintam homenageados também”.

O Soldado Robert viveu o drama das enchentes em duas frentes: como militar empenhado nos resgates e, ainda, como cidadão afetado. “A região em que eu moro nunca foi de alagar. Quando chegou a notícia de que iria alagar, estavam em casa meus irmãos, meu pai e minha mãe, que me disse que estava tudo tranquilo e que a água estava no pé. Em quinze minutos, ela mandou uma foto com a água na altura do peito. Nesse momento estava todo mundo desesperado, sem saber para onde ir. Tudo pelo qual trabalhamos anos para conseguir foi perdido em quinze minutos”.

Trabalhando todos os dias nos resgates de outras famílias em diversos locais de Porto Alegre, Robert chegou a ficar três dias sem notícias da própria família. Até que uma pessoa conhecida entrou em contato. “Soube que eles estavam bem. Meu barbeiro falou que tinha visto minha mãe no abrigo e mandou uma foto dela e dos meus irmãos lá. Foi a melhor foto que já recebi”. Para o militar, o Dia do Soldado de 2024 vai muito além da cerimônia. “Saber que a gente tem esse Dia do Soldado e que estamos participando é uma sensação inexplicável: fazer parte de tudo isso e ver que a gente conseguiu”.

Gratidão
A população resgatada também faz questão de expressar gratidão pelos militares. Natasha Becker, mãe do pequeno Anthony Miguel, de 8 meses – cujo resgate gerou uma das imagens mais marcantes da Operação Taquari –, não esquece dos dias de terror que viveu em Cruzeiro do Sul. “Foi desesperador. O rio começou a subir muito rápido. Nunca tinha ido água lá onde morávamos, então estávamos tranquilos. Só que a água começou a subir, ficamos sem luz e não tínhamos informações de nada. De terça para quarta, a água subiu muito rápido e não tínhamos por onde escapar. Então quebramos o telhado. Já estávamos sem acreditar que seríamos resgatados”.

Foi quando um helicóptero da Aviação do Exército aproximou-se da casa dela. “Quando a gente viu que eles iam pousar de verdade, pedi por favor para que levassem meu filho, nem que nos deixassem lá. Resgataram todos”. Para ela, o profissionalismo dos militares foi fundamental. “Se não fossem tão bem treinados e calmos no momento… porque eu estava bem desesperada. Eles me acalmaram bastante. Isso faz com que eles tenham êxito no salvamento. A gente nunca passou por uma situação dessa. Foi o segundo nascimento do meu filho. Graças a Deus existem pessoas que fazem esse tipo de trabalho, ajudando outras pessoas”.

O Comandante Militar do Sul, General Hertz, ressaltou o simbolismo de realizar a cerimônia do Dia do Soldado no 3° Regimento de Cavalaria de Guarda, mesmo local que serviu de base para a Operação Taquari 2. “Desta unidade partiram milhares de ordens para que pudéssemos salvar vidas no momento mais crítico do estado do Rio Grande do Sul. Escolhemos este local para que pudéssemos marcar, de forma emblemática, a atuação do soldado do Exército Brasileiro, que com seu braço forte tem a capacidade de estender sua mão amiga para ajudar os mais necessitados”.

Fonte: Centro de Comunicação Social do Exército

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