Biblioteca é inaugurada em homenagem a herói da FEB

Heróis eternos!

Publicado em 15/08/2024 10h32 | Atualizada em 15/08/2024 10h58

29º GAC AP

Cruz Alta (RS) – No dia 1º de agosto, o 29º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado, Grupo Humaitá, realizou a inauguração da Biblioteca Capitão FEB Elmo Diniz. O espaço foi criado para incentivar a leitura e os estudos no âmbito do Forte Humaitá e para imortalizar a história do Capitão Elmo, que tem uma forte ligação com a Unidade e com o município de Cruz Alta.

O homenagedo, Capitão Elmo Diniz, veterano da Força Expedicionária Brasileira, além de convidados civis e militares, participaram do evento, que também contou com a presença do Comandante da Artilharia Divisionária da 3ª Divisão de Exército, General de Brigada Frederico Otavio Sawaf Batouli.


Histórico do Cap FEB Elmo Diniz
A história do Capitão Elmo Diniz tem forte ligação com o atual 29º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado (29º GAC AP) e com o município onde esta tradicional Organização Militar está sediada. Nascido em 4 de fevereiro de 1922, em Estação Lagoão, 3º Distrito de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, o Capitão Elmo Diniz sentou praça em 2 de maio de 1939, no então 6º Regimento de Artilharia Montada (6º RAM), atual 29º GAC AP, neste município, quando iniciou sua carreira militar.

No 6º RAM, incorporou como o soldado Nr 907, na Seção Extra do II Grupo, na qualificação militar de telefonista. Em seguida, devido ao seu destacado desempenho, no dia 30 de agosto de 1939, foi promovido à graduação de cabo. Ainda, fruto de seu mérito, em 1941, realizou o Curso de Formação de Sargento de Artilharia, sendo promovido à 3º Sargento em 9 de fevereiro de 1942, tendo recém completado 20 anos de idade. No mesmo ano, no mês de julho, foi transferido para o 5º Grupo de Artilharia de Dorso (5º GADo), que estava em organização no Rio de janeiro – RJ e seria deslocado para Salvador – BA. Em agosto daquele ano, completou o deslocamento para a capital baiana a bordo do navio Baipendi. Essa transferência ocorreu em virtude da necessidade de guarnecer o nosso litoral, face à ameaça dos submarinos alemães que torpedeavam navios brasileiros. Fato marcante: o navio Baependi, em 15 de agosto de 1942, foi afundado torpedeado por um submarino alemão.

Em Salvador, permaneceu até 1944, quando retornou ao Rio de Janeiro para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB), já como 2º Sargento.

Com a FEB, compôs o 4º escalão mobilizado, realizando o deslocamento para o Teatro de Operações Europeu, em um navio norte-americano, no período de 23 de novembro a 5 de dezembro de 1944, quando desembarcou no porto de Nápoles, na Itália. Em solo italiano, como experiente sargento de carreira, desempenhou a função de Auxiliar da Seção Logística, permanecendo em atividade regular até o fim da guerra na Zona de Ação das tropas brasileiras, marcada pela rendição da 148ª Divisão Alemã à FEB, em 30 de abril de 1944.

Com o fim das ações na II Guerra Mundial, em setembro de 1945, retornou ao Brasil, sendo classificado no 1º Regimento de Artilharia Montada (1º RAM),Regimento Floriano, sediado no Rio de Janeiro. Em 1947, retornou à sua cidade natal para servir no então Quartel-General da Artilharia Divisionária da 3ª Divisão de Infantaria, atual Artilharia Divisionária da 3ª Divisão de Exército (AD/3). Em 1948, regressou para o seu querido 6º RAM, sendo promovido neste Regimento, sucessivamente, à 1º Sargento, Subtenente e, em 6 de janeiro de 1954, a 2º Tenente. Posteriormente, em 30 de janeiro de 1954, foi transferido para a 15ª Circunscrição Regional (CR), nomeado como Delegado da 13ª Delegacia Regional (DR), em Cornélio Procópio (PR).

Em sua passagem pela 15ª CR, foi elogiado pelo seu chefe, devido ao seu profícuo trabalho em prol do serviço militar. Assim, a 19 de abril de 1954, foi condecorado com a Medalha do Pacificador. Em junho de 1955, foi transferido para a 18ª DR/9ª CR, com sede em Júlio de Castilhos (RS), reaproximando-se de sua querida terra natal. Foi promovido ao seu último posto, o de capitão, em 28 de dezembro de 1962.

Nesta sua brava história, quis o destino que o jovem, que se alistou ao Exército com 17 anos para obter o certificado de reservista, com vistas à preencher um dos requisitos para ser telegrafista e se candidatar a um posto de trabalho na viação férrea, dedicasse tamanho esforço ao Exército Brasileiro e ao nosso Brasil. Torna-se relevante destacar que a sua origem modesta de homem do campo, herança de seu pai, o tenha feito se destacar na adaptação à disciplina militar, com as atividades equestres do 6º RAM, com a simplicidade das instalações militares por onde passou e com a incerteza e agruras da guerra.

O Capitão Elmo Diniz é merecedor de todas as honras possíveis, sendo considerado um herói de nossa nação e um ícone de nosso Grupo Humaitá.

 

Fonte: 29º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado

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