Dia do Serviço de Topografia - Central de Conteúdos
Dia do Serviço de Topografia
17 de outubro
Em 17 de outubro, prestamos homenagens a profissionais que, com equipamentos modernos e espírito aventureiro, palmilham o território brasileiro, superando inúmeros obstáculos no cumprimento da missão. Os topógrafos militares, com habilidade e dedicação, são arquitetos invisíveis de nossas vitórias, e sua história é marcada e caracterizada fortemente pelo termo “vivência nacional”.
A topografia sempre foi essencial na história da humanidade para a divisão de terrenos, navegação e construção de mapas. No âmbito do Exército Brasileiro, ao longo de mais de 100 anos, os militares do Serviço de Topografia, veteranos e na ativa, têm desempenhado um papel crucial para a Força Terrestre, atuando nos mais diversos rincões do País. Com seu conhecimento técnico especializado, contribuíram significativamente tanto para o Exército quanto para o Brasil, participando de importantes projetos como o mapeamento do território brasileiro, o Projeto Radiografia da Amazônia, a construção da Ponte Rio-Niterói, a duplicação da BR-101 no Nordeste, e a demarcação de reservas indígenas. E todo esse esforço só vem sendo ampliado ao longo do tempo.
A data para a celebração do Dia do Serviço de Topografia foi escolhida em homenagem ao General Djalma Polli Coelho, que foi entronizado como seu patrono em razão de sua enérgica contribuição para a promulgação do Decreto nº 8.445, de 26 de dezembro de 1945, que criou o Quadro de Topógrafos do Serviço Geográfico do Exército.
O General Polli Coelho nasceu em Curitiba (PR), em 17 de outubro de 1892, filho de José Manoel da Silva Coelho e Amália Polli Coelho. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde, em 1909, ocupou o posto de comandante-aluno. Em 1º de março de 1911, ingressou na antiga Escola de Guerra do Realengo (RJ), sendo promovido a aspirante em 1914 e ascendendo na carreira militar até alcançar o posto de General de Divisão em 1952.
Como engenheiro geógrafo, dirigiu o Serviço Geográfico do Exército, atual Diretoria de Serviço Geográfico (DSG), de 26 de março de 1946 a 18 de abril de 1951. Em novembro de 1946, foi nomeado Presidente da Comissão de Estudos para a Localização da Nova Capital do Brasil, desempenhando um papel crucial na escolha do local que seria a nova capital do País, Brasília.
Antes desse período, porém, desenrolou-se uma importante parte da história dos topógrafos militares que é pouco conhecida na caserna. Em 1900, foi elaborado pelo Estado-Maior do Exército o projeto intitulado “A Carta do Brazil”, contendo propostas cartográficas militares em relação ao mapeamento do território brasileiro. Como consequência, três anos depois foi criada, em Porto Alegre (RS), a Comissão da Carta Geral do Brasil, que foi encarregada de executar o planejado. Logo, a prática de vários anos de trabalho evidenciou a necessidade de serem utilizados auxiliares técnicos, tanto em campo como em gabinete, sendo criado no ano de 1921, a título de experiência, o Quadro de Sargentos Topógrafos da Comissão da Carta Geral de República.
O processo de seleção da primeira turma foi aberto para formação de 30 (trinta) topógrafos, sendo que apenas 22 (vinte e dois) lograram êxito no ano de 1922. Desses, 2 (dois) faleceram e 4 (quatro) foram promovidos a oficial. No ano seguinte, outros 9 (nove) candidatos concluíram a formação, e 1 (um) ainda foi promovido, posteriormente, no ano de 1924. Desta forma, comemoramos no corrente ano o centenário da formação completa da primeira turma de topógrafos militares.
Atualmente, em meio aos desafios impostos pela missão, militares topógrafos realizam levantamentos em regiões afetadas pelas cheias no Rio Grande do Sul, permitindo ao Poder Público planejar ações de prevenção contra futuros alagamentos. Participam de grandes obras de engenharia do Exército, garantindo que infraestrutura de qualidade chegue a todas as regiões do Brasil e contribua para promover o desenvolvimento. Além disso, estão envolvidos em projetos de interesse nacional, como o mapeamento sistemático do território, e em programas internacionais de cartografia militar, permitindo a troca de informações do terreno entre diversos países por meio de cooperação internacional.
Os desafios futuros da topografia estão profundamente ligados à rápida evolução da tecnologia da informação, da inteligência artificial e à crescente demanda por desenvolvimento sustentável. Tais avanços têm o potencial de transformar essa disciplina, oferecendo ferramentas avançadas para coleta, análise e visualização de dados geoespaciais em uma escala sem precedentes. Além disso, o desenvolvimento sustentável exige que produtos de geoinformação e geointeligência sejam utilizados para o controle de queimadas e a preservação de recursos naturais, promovendo soluções que protejam o ecossistema. Nesse contexto, profissionais dessas áreas precisarão não apenas dominar novas tecnologias, mas também adotar abordagens interdisciplinares que considerem as implicações sociais, econômicas e ambientais de suas práticas.
Muitos foram os projetos nos quais os topógrafos militares participaram nos 100 anos que nos antecederam. Os obstáculos foram, e são, diversos, complexos e normalmente exigem sua presença no terreno, o que mostra a capacidade e a praticidade do militar no cumprimento de suas missões.
Nesse momento da Era do Conhecimento, as soluções são, em sua maioria, baseadas em alta tecnologia, o que exige sólidos e profundos conhecimentos para sua correta aplicação, mesmo com simplicidade. Quanto mais tecnológica é a solução, mais importante é o conhecimento!
Que o espírito guerreiro e combativo, aliado ao conhecimento técnico dos que nos antecederam, continue servindo de inspiração, suporte e exemplo para atuais e futuras gerações de Topógrafos!
Geoinformação! Brasil!
Fonte: Centro de Comunicação Social do Exército