Dia do Quadro Complementar de Oficiais

2 de outubro

Publicado em 01/10/2024 16h16 | Atualizada em 01/10/2024 16h20

O que significa vestir um uniforme e dedicar a vida a serviço da Pátria? Muitos diriam que significa lutar, combater, defender o País. A canção do Quadro Complementar de Oficiais (QCO) afirma, em uma de suas estrofes, que “com afinco e prudência/somos das letras, das ciências/ prontos para assessorar/Nossa força é nosso brio/ao construir um país/ somando formas de lutar”. De que forma o QCO luta?

Em alguma Fiscalização Administrativa de uma organização militar (OM), há um militar que planeja e controla os recursos utilizados pelo quartel. Em uma Seção de Licitação e Contratos, em um Setor de Pagamento de Pessoal, é possível haver um economista e um contador que, junto a um estatístico, registram, analisam e interpretam dados relativos aos bens da União. Há militares também que têm a importante missão de restaurar a saúde de seus pacientes, como os fisioterapeutas, os veterinários e os enfermeiros, que estampam como bandeira o cuidado com o outro, seja humano, seja animal. E se não é o corpo, mas a mente que padece, o Exército dispõe de psicólogos, prontos para investigar comportamentos e as causas deles. Outros se dedicam a trabalhar em prol da ordem, da justiça e da proteção dos direitos alheios: são os militares do Direito que ocupam as Assessorias Jurídicas. Há também aqueles que representam a modernização da Força, que lidam com a segurança da informação, o suporte, a programação e o desenvolvimento de sistemas: são os militares de TI, a Informática. Outros se dedicam à produção, à divulgação e ao consumo de informações e mídias, com a importante função de propagar mensagens da (e para a) Força, são os militares de Comunicação Social. Por fim, em cada Estabelecimento de Ensino militar do País, atua um pedagogo, leciona um professor, cujas ações se definem pelos verbos compartilhar, educar e libertar.

Em 2 de outubro de 1989, foi criado o Quadro Complementar de Oficiais, em resposta à crescente demanda, no Exército, por profissionais de nível superior que atendessem às necessidades e às conveniências da Força, de ocupar cargos e funções de caráter técnico. Assim, naquele ano, a outrora Escola de Administração do Exército (EsAEx) iniciou suas atividades, com a missão de formar oficiais de carreira do Quadro recémcriado. Em meio ao mar azul acetinado de Salvador e à efervescência cultural da Bahia, a EsAEx tornou-se EsFCEx (Escola de Formação Complementar do Exército), lar dos militares oriundos das áreas de Informática, Comunicação Social, Enfermagem, Veterinária, Fisioterapia, Administração, Ciências Contábeis, Economia, Estatística, Psicologia, Pedagogia, Magistério e Direito.

Não é coincidência que, na Bahia, tenha nascido aquele que figurou, por meio de seus versos, a união da ciência com a espada: trata-se de Castro Alves que, no poema “Quem dá aos pobres, empresta a Deus”, tornou possível a materialização do distintivo do Quadro Complementar: “Duas grandezas neste instante cruzam-se/Duas realezas hoje aqui se abraçam/ Uma - é um livro laureado em luzes/Outra - uma espada, onde os lauréis se enlaçam/Nem cora o livro de ombrear co’o sabre/Nem cora o sabre de chamá-lo irmão”.

O conhecimento técnico e científico e o conhecimento militar não são excludentes. A pesquisa científica e a inovação são pilares da modernização da Força. Não se pode esquecer de que um dos valores preconizados pelo Exército Brasileiro é o aprimoramento técnico-profissional. Por outro lado, o saber científico, a teoria, pode andar lado a lado com a prática, a qual é responsável pela própria consolidação do conhecimento. Portanto, há operacionalidade mesmo em Quadros e Serviços cuja atividade-fim não seja o combate, pois, hoje, ao mesmo tempo em que o mundo requer do militar fundamentação, requer também soluções eficazes para a resolução de contingências, e o QCO responde a essas duas demandas.

Na Bahia, também nasceu aquela que se tornou a Patrono do QCO: Maria Quitéria, a mulher-soldado, que, em prol dos ideais de liberdade e patriotismo, vestiu-se de homem e lutou pela independência do Brasil na Bahia, em 1823, recebendo por conta de seu heroísmo o soldo de alferes de linha das mãos do próprio Dom Pedro I. Seu nome foi escolhido para homenagear a primeira turma de QCO a incluir mulheres em suas fileiras, em 1992. Pela primeira vez, elas puderam ocupar as fileiras do Exército como oficiais de carreira, ampliando seu espaço e marcando seu lugar na Instituição. Em 2022, uma nova mudança foi implantada: a união da Escola de Saúde do Exército (EsSEx) à EsFCEx, que passou a ser denominada Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército (ESFCEx), sede do CFO do Serviço de Saúde, do Quadro Complementar de Oficiais e do Quadro de Capelães Militares.

Reitera-se a pergunta: de que forma o QCO luta? Sabe-se que o Exército volta seus olhos não apenas para o território e suas fronteiras, como também para as pessoas, sua educação, sua condição física e mental, seus bens e direitos, para a qualidade e a veracidade da informação que divulgam e que recebem. Afinal, a soberania nacional está atrelada também ao desenvolvimento do País, à ideia de progresso, bordada no centro da Bandeira nacional. Seja em uma sala de aula, em um consultório ou em uma seção administrativa, o QCO cumpre a missão de complementar, de assessorar, de preencher lacunas, oferecendo formações e experiências que ampliam a eficiência da Força.

QCO, “desempenha a sua missão, por amor a essa nação, homens e mulheres do Brasil!”

Viva o Dia do QCO!

Acesse o texto alusivo ao Dia do Quadro Complementar de Oficiais em formato PDF.

Fonte: Centro de Comunicação Social do Exército