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Entre os anos de 1944 e 1945, mais de 25 mil militares da Força Expedicionária Brasileira (FEB) cruzaram o Oceano Atlântico para se juntar ao esforço Aliado no combate ao totalitarismo na Europa. O Brasil foi o único país latino-americano a enviar tropas para combater durante o maior conflito armado da história da humanidade, a Segunda Guerra Mundial.
Em 2024, 80 anos após o início da saga desses heróis, o Exército Brasileiro reverencia a bravura, o destemor e a abnegação dos nossos combatentes. Páginas gloriosas foram escritas pelos Pracinhas em Monte Castello, Montese, Castelnuovo e diversas outras localidades italianas, deixando um legado de coragem frente ao poderoso inimigo e solidariedade para com os civis afetados pelo conflito, características ainda hoje exaltadas pela população local e transmitidas às gerações posteriores.
Nesse espaço, você poderá conferir um material especial preparado para celebrar o aniversário de oito décadas da atuação da FEB na Itália. O espírito de sacrifício e a determinação dos nossos heróis merecem ser para sempre lembrados, pela ativa participação para pôr fim ao nazifascismo que ameaçava o mundo, elevando o nome do Brasil no cenário internacional.
A cobra fumou! Pracinhas eternos!
FEB 80 anos – Heróis sempre lembrados!
Os 17 de Abetaia
A Força Expedicionária Brasileira enviou à Segunda Guerra Mundial 25.334 homens e mulheres. Desse total, 451 militares perderam a vida. Para simbolizar o espírito de abnegação desses combatentes, registramos a história dos “17 de Abetaia”. Nos dias após os combates em Monte Castello, em fevereiro de 1945, teve início a busca por desaparecidos nas quatro tentativas anteriores de conquista daquela posição. Um grupo de 17 pracinhas, um sargento e 16 soldados, foi encontrado junto, em semicírculo, com os corpos preservados pela neve. Quase todos estavam sem munição, o que indica terem lutado até o último tiro. Exemplo de bravura e determinação em nome de uma causa maior.
Marechal Castello Branco
Como Tenente-Coronel, Castello Branco foi o Chefe da Seção de Operações da Força Expedicionária Brasileira. Partiu para a Itália com o 1º escalão da FEB e permaneceu no terreno durante toda a campanha na Europa. Conquistou grande prestígio no estamento militar, pelo perfil estrategista e espírito totalmente vocacionado para a arte da guerra. Planejou as manobras da FEB, em especial nos combates em Monte Castello, mais célebre vitória brasileira na Itália.
Marechal Zenóbio da Costa
O Marechal Euclides Zenóbio da Costa foi o Comandante da Infantaria Divisionária da Força Expedicionária Brasileira durante a campanha na Itália. Então no posto de General de Brigada, partiu para a Europa no 1º Escalão de Embarque, em 2 de julho de 1944. Era um dos generais que detinha maior prestígio na tropa, pela coragem pessoal, segundo relatos de oficiais da época. Idealizou a formação da Polícia Militar da FEB, embrião dos atuais Batalhões de Polícia do Exército.
Marechal Mascarenhas de Moraes
O Marechal Mascarenhas de Moraes comandava a 2ª Região Militar, em São Paulo, ao ser designado Comandante da Força Expedicionária Brasileira. Antes mesmo do embarque para a Itália, organizou a defesa do Nordeste, potencial alvo de ataques marítimos alemães, partindo da África. Seguiu para a Europa com o 1º escalão de combate, em 2 de julho de 1944, desembarcando em Nápoles, no dia 16 de julho daquele mesmo ano. Comandou os mais de 25 mil brasileiros que atravessaram o Oceano Atlântico para colaborar no esforço dos Aliados na luta contra o nazifascismo.
Marechal Cordeiro de Farias
O General Cordeiro de Farias foi o Comandante da Artilharia Divisionária da Força Expedicionária Brasileira. O apoio de fogo contribuiu sobremaneira para o avanço na luta contra os nazifascistas na Itália. Por suas ações durante o conflito, obteve o reconhecimento no Brasil e também no exterior, a exemplo de condecorações recebidas de outras nações, como a Legião de Honra (França), Grande Oficial da Ordem da Coroa (Itália) e a Legião do Mérito (Estados Unidos).
Tenente-Coronel Nestor
Exemplo de perseverança e bravura, o Tenente-Coronel Nestor é um dos heróis remanescentes da Força Expedicionária Brasileira. Integrante do 11º Regimento de Infantaria, participou de eventos marcantes da trajetória da Força Expedicionária Brasileira no Teatro de Operações da Itália, a exemplo as Tomadas de Monte Castello e Montese. Iniciou a guerra na graduação de 2º Sargento e foi promovido ao posto de 2º Tenente, pelo próprio Comandante da FEB, General Mascarenhas de Moraes, por conta dos seus serviços em campanha.
Capitão Pitaluga
A atuação do Capitão Pitaluga, durante a campanha da Força Expedicionária Brasileira, é estudada até hoje no meio militar, pelo exemplo de liderança. No posto de capitão, assumiu o Comando do 1º Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado no Teatro de Operações da Itália. Conduziu seus homens em diversas operações, sendo sempre citado pelas demonstrações de bravura. Participou de um dos momentos mais marcantes da campanha da FEB: a rendição de mais de 15.000 combatentes da 148ª Divisão de Infantaria Alemã, em Fornovo di Taro.
2º Tenente Ary Rauen
O 2º Tenente Ary Rauen embarcou com a Força Expedicionária Brasileira para combater na Itália em setembro de 1944. Formado no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) de Curitiba, em 1942, comandou o 1º Pelotão da 2ª Companhia do 1º Batalhão do 11º Regimento de Infantaria. Tomou parte dos combates em Monte Castello, Castelnuovo e Montese, sempre demonstrando coragem e bravura. Justamente nas cercanias de Montese, em uma posição defendida de modo ferrenho pelos alemães, foi ferido e morto, no dia 14 de abril de 1945.
Aspirante Mega
O Aspirante Francisco Mega entrou para a história como um dos heróis de Montese, mais acirrada batalha envolvendo a Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Integrante do Regimento Sampaio, recém-egresso da Escola Militar do Realengo, tornou-se símbolo de liderança e sacrifício em prol de uma causa maior, tombando em combate, no dia 14 de abril de 1945, durante o sangrento conflito, não sem antes exortar seus comandados a continuarem o combate. “A minha morte nada significa diante do que vocês ainda tem por fazer. Prossigam na luta”!
Sargento Max Wolf Filho
O Sargento Max Wolff Filho é um dos ícones da Força Expedicionária Brasileira, pelo seu heroísmo e espírito combativo. Ingressou na FEB como 3º Sargento, na 1ª Companhia do 1º Batalhão do então 11º Regimento de Infantaria. Ao comandar uma patrulha, no dia 12 de abril de 1945, tombou mortalmente em ação, nos preparativos para a sangrenta Batalha de Montese, atingido por uma rajada de metralhadora inimiga. Eternizou-se como sinônimo de bravura e determinação.